Para todos os garotos que já amei (ou quase amei)
“Alguns foram amor, outros só distração… e teve aqueles que nem deveriam estar na lista.”
Bom, todas nós, meninas, tivemos — ou ainda temos — uma lista de garotos com quem trocamos mensagens, olhares, ou até mesmo éramos amigas, mas sempre havia algo a mais. Só que tem um porém: sempre acontece algo.
Vamos começar pelo primeiro:
O amor de infância. Era bonito, inocente. Ele era o príncipe e você, a princesa. Vivia na imaginação. As mães torciam por esse casalzinho, quase como se fosse destino. Mas, no final, ele virou um dragão… e você continuou sendo a princesa ingênua que acreditava em contos de fadas.
O segundo: o “falso melhor amigo de infância”. Sempre tem aquela amizade em que um gosta e o outro… nem aí. Nem amizade de verdade era — só se conheciam há um mês. E você lá, toda apaixonada, enquanto ele nem lembrava seu nome. Anos depois, se reencontram e, ironicamente, quem virou a pessoa carente, correndo atrás, foi ele — aquele que antes mal sabia seu sobrenome.
O terceiro: os amigos que se gostavam. É irônico, mas real. Os sentimentos eram recíprocos, mas nenhum dos dois se imaginava juntos de verdade. Ele pegava todas, você era mais na sua, mas ainda assim gostava dele. E ele sentia o mesmo, mas nunca teria coragem de assumir. No fim, cada um seguiu seu caminho… com um “e se?” preso no peito.
O quarto: o sem noção. Aquele que contava a vida inteira dele pra você, como se você fosse uma psicóloga gratuita. E você ali, ouvindo, cuidando, tentando se abrir… mas nunca tinha espaço. E o pior: no final, ainda disse que você era maluca e feia? Sério?
O quinto: o atacante. Detesto esse tipo, mas sempre aparece um. Lindo, carismático, cheio de elogios vazios. Só queria te conquistar pra ter o gostinho do ego inflado. E depois? Nada. Só palavras bonitas jogadas ao vento.
O sexto: o escroto. Problemas com a mãe, com o pai, com os irmãos — mas não por causa da família. É porque ele era insuportável mesmo, e ninguém aguentava ele. Se achava demais, como se você estivesse apaixonada por ele. Mas a única coisa que você sentia era dó. E, por algum motivo bizarro, ele gostava de você? Vai entender.
E por último, claro: os personagens fictícios. Esses sim. Os únicos que realmente prestam. Não existem, mas também não decepcionam. Moram na nossa imaginação e nos livros, e talvez seja melhor assim.
O que eu quero dizer com tudo isso?
Que todas somos um pouco Lara Jean. Guardamos histórias, ilusões, quase-amores. Mas hoje em dia, tá tudo tão bagunçado que nem vira amor. Vira ilusão, frustração, e, às vezes, só mais uma cicatriz escondida atrás de um “tá tudo bem”.
E no meio disso tudo, a gente vai crescendo. Vai entendendo que nem todo brilho nos olhos é paixão, e que nem todo cara legal é um príncipe. Que algumas histórias só servem pra ensinar, e que algumas cartas ficam melhor não enviadas.
Mas ainda assim… a gente continua escrevendo.
E foi aí que eu entendi:
não se trata de esquecer os garotos que amei (ou quase amei),
mas de lembrar quem eu era em cada uma dessas histórias.
Cada olhar trocado, cada mensagem guardada, cada ilusão desfeita…
foram partes de mim que estavam tentando aprender a amar — mesmo sem saber como.
E tudo bem. Porque crescer também é isso:
errar, idealizar demais, cair nas próprias expectativas e, no final, levantar com mais clareza do que merece.
Hoje, talvez eu ainda escreva cartas.
Mas não para os outros.
Escrevo para mim. Para a versão que ficou esperando.
Para a menina que um dia achou que precisava ser escolhida para se sentir especial.
Agora, eu sei:
eu não sou o final feliz de ninguém.
Eu sou a minha própria história.
E, dessa vez, não vou escrever para ser lida por outros.
Vou escrever para nunca mais me esquecer de quem sou.
Fim da lista.
Início de mim.
Blog feito por: AstraySecrets.